quinta-feira, 22 de novembro de 2018

RESUMO DO LIVRO: PSICOLOGIAS - Uma Introdução do Estudo de Psicologia

PSICANÁLISE

A teoria psicanalítica foi desenvolvida entre os século XIX e o século  XX, pelo neurologista austríaco Sigmund Freud, o mesmo ao construir a teoria não tinha o protesto de formar convicções mas estimular o pensamento e derrubar alguns preconceitos. 

 SIGMUND FREUD - O FUNDADOR DA PSICANÁLISE 

Sigmund Freud é digno de ser considerado o pai da psicanálise. Sua curiosidade por querer compreender o significado oculto de manifestações humanas, fez com que o psicanalista deixasse de ser um médico comum para se tornar um homem que deu o ponta pé inicial para a compressão da mente humana.
Se tem algo que causa admiração em sua teoria/método, é o fato que o próprio Freud, ao escrever obras que falam sobre o mesma, relatou ali suas experiências pessoais, de certa forma, isso é um incentivo para que busquemos também percorrer um nível de experiência pessoal e assim descobrirmos as regiões obscuras do nosso psicológico e vencermos as nossas resistências interiores.

A GESTÃO DA PSICANÁLISE 

O método da hipnose, utilizado no princípio por Jean Charcot e Freud, não era grande valia, visando que o mesmo só provocava o desaparecimento do sintoma por um tempo. Logo, o mesmo, não resolvia de fato o problema de seus pacientes.
Com a criação do método Catártico o tratamento psicológico se tornou mais eficaz, (tanto que ele é o mais utilizando hoje pelos psicólogos) pois ele, ao contrário da hipnose, leva de fato à eliminação dos sintomas. 

A DESCOBERTA DO INCONSCIENTE

Essa descoberta, se deu ao fato de Freud levantar em sua mente a pergunta: "Qual poderia ser a causa de os pacientes esquecerem tantos fatos de sua vida interior e exterior...?"
Freud defende a tese da existência de processos psíquicos inconscientes, demonstrando que a equivalência convencional entre psíquico e consciente é completamente inadequada e calcada numa superestima outorgada à consciência. De fato, ao afirmar que o inconsciente pensa, Freud desaloja a consciência de seu lugar de centro, alterando assim o privilégio conferido aos pensamentos conscientes. O cerne de sua descoberta vem demonstrar que os processos de pensamentos inconscientes se produzem à margem da consciência e dela independem.
Freud coloca em cena a concepção de um sujeito dividido, não centrado em torno da consciência. Logo, o inconsciente é o conjunto de conteúdos não presentes no campo atual da consciência.
Conteúdos reprimidos que não tem acesso ao pré-consciente/consciente, pela ação de censuras internas, ou seja, o inconsciente tem suas próprias leis de funcionamento.


TEORIA SOBRE A ESTRUTURA DO APARELHO PSÍQUICO 

Com respeito de três sistemas ou instâncias psíquicas: inconsciente, pré-consciente e consciente.
Acredito que esta teoria é o primeiro passo para entendermos a personalidade de cada pessoa, foi a primeira concepção dada por Freud sobre o funcionamento da personalidade. (Como foi dito no tópico passado) 
inconsciente é  "o conjunto de conteúdos não presentes no campo atual da consciência. Conteúdos reprimidos que não tem acesso ao pré-consciente/consciente, pela ação de censuras internas, ou seja, o inconsciente tem suas próprias leis de funcionamento."
Pré-consciente é onde estão os conteúdos que a consciência pode acessar, é aquilo que pode estar presente neste momento na consciência e em seguida pode não estar.
Consciente é o sistema do aparelho psíquico que recebem as informações do mundo exterior e do mundo interior ao mesmo tempo. Como por exemplo "hoje de manhã, hoje à tarde, hoje à noite". É o momento em que percebemos e nos mantemos atentos as coisas ao nosso redor, envolve o nosso raciocínio.
Essa teoria é fundamental para o entendimento da psicanálise. 

A DESCOBERTA DA SEXUALIDADE INFANTIL 

Freud, mostrou grande interesse nos genitais e em sua atividade, ao estudar o desenvolvimento sexual infantil.
Ele dividiu o desenvolvimento infantil em fases, nas quais observava a supremacia de uma zona erógena (região do corpo que sob determinados tipos de estimulação provoca uma sensação prazerosa)
As fases pré-genitais são três:
Fase oral: Na qual a atividade sexual está ligada diretamente à nutrição. Ocorre do nascimento até aproximadamente um ano e meio. Ao nascer, a criança reconhece a boca como o órgão mais sensorial, é através dela que o bebê começará a reconhecer o mundo. O seu primeiro objeto de ligação afetiva é o seio. A zona de erotização é a boca. 
• Fase anal: ocorre por volta do segundo ano de vida. É a etapa de maturação do controle muscular da criança, aqui ela começa a desenvolver sua organização psicomotora. Ou seja, falar, andar e o controle esfincteriano. A zona de erotização é o ânus. Sua ligação afetiva se dá com o produto, com o valor simbólico das fezes, promovendo mecanismos psicológicos ligados à projeção e ao controle.
Fase fálica: é  quando se dá a descoberta e preocupação na diferença entre meninos e meninas. Aqui a zona de erotização são os genitais. Esta fase promoverá as organizações psicológicas de masculino e feminino e organizam-se, também, os modelos relacionais entre homens e mulheres. É nessa fase que ocorre também o complexo de Édipo e p complexo de Castração. 
Fase genital: última fase, atingida na puberdade, na qual a zona sexual principal do homem é o pênis, e na mulher duas zonas sexuais principais, a vagina e o clitóris. A mulher atinge sua maturidade quando direciona sua genitalidade exclusivamente para a vagina. Neste período, o indivíduo atinge o pleno desenvolvimento do adulto normal, pois já ocorreram as adaptações biológicas e psicológicas, já houve discriminação do papel sexual e o desenvolvimento intelectual e social.

Freud, então, deu ênfase nos seis primeiros anos de vida da pessoa por acreditar que os adultos são determinados pelas experiências da infância. E o evento mais importante é o complexo de Édipo, que ocorre na fase fálica. O mesmo, é nada mais, nada menos que  fator básico da personalidade humana, pois promove a estruturação da identidade sexual. É um conflito que envolve três personagens, o pai, a mãe e a criança.
No menino, seu primeiro objeto de amor é a mãe, que cuida e ama, e continua sendo o objeto de luta pelo amor em rivalidade com o pai. O fim do Complexo de Édipo no menino se dá pela ideia de castração, pois a ausência de pênis no outro, na mulher, se dá por algo errado que se fez. Na menina, seu primeiro objeto de amor é, também, a mãe, mas ela tem de fazer a troca da mãe pelo pai, tem de desligar-se da mãe. A percepção de não ter um pênis dá início ao Complexo de Édipo feminino. A angústia de castração da menina se dá pela inveja do pênis, "aquele que foi perdido." Assim, o desenvolvimento da menina é marcado pela descoberta de ser castrada. Neste caso, o complexo de castração é preparador para o complexo de Édipo feminino. Sendo a mãe a agente da perda, a menina busca pelo pai enquanto objeto de amor, substituindo o desejo de ter um pênis pelo desejo de ser mãe.

Dessa forma, na leitura dos textos de Freud sobre sexualidade, é observado que ele parte do desenvolvimento da sexualidade infantil, acabando por repensar a sexualidade feminina a partir da masculina, chegando ao pensamento da mulher e suas especificidades. 

SEGUNDA TEORIA DO APARELHO PSÍQUICO 

A teoria freudiana não é um corpo imutável, grandes e importantes alterações são percebidas na sua obra e um exemplo desse quadro é a passagem da primeira para a segunda teoria do aparelho psíquico.
Insatisfeito com o a Primeira Teoria/Modelo Topográfico, porquanto esse não conseguia explicar muitos fenômenos psíquicos, em especial aqueles que emergiam na prática clínica, Freud vinha gradativamente elaborando uma nova concepção, até que, em 1920, ele estabeleceu de forma definitiva a sua clássica concepção do aparelho psíquico, conhecido como modelo estrutural (ou dinâmico), tendo em vista que a palavra “estrutura” significa um conjunto de elementos que separadamente tem funções específicas, porém que são indissociáveis entre si, interagem permanentemente e influenciam-se reciprocamente. Ou seja, diferentemente da Primeira Tópica, que sugere uma passividade, a Segunda Tópica é eminentemente ativa, dinâmica. Essa concepção estruturalista ficou cristalizada em “O ego e o id” de 1923 e consiste em uma divisão tripartite da mente em três instâncias: o id, o ego e o superego.
1° O id, constitui o pólo pulsional da personalidade. Os seus conteúdos, expressão psíquica das pulsões, são inconscientes, por um lado hereditários e inatos e, por outro, recalcados e adquiridos.
2° O ego, está numa relação de dependência tanto para com as reivindicações do id, como para com os imperativos do superego e exigências da realidade. Embora se situe como mediador, encarregado dos interesses da totalidade da pessoa, a sua autonomia é apenas relativa.
3° O superego, seu papel é assimilável ao de um juiz ou de um censor relativamente ao ego. Freud vê na consciência moral, na auto-observação, na formação de ideais, funções do superego.

A segunda teoria não substitui a primeira, no entanto. Em vez disso, manteve-se em uma relação dialética com ela, complicando assim o modelo como um todo.

OS MECANISMOS DE DEFESA 

Acredito que uma das melhores elaborações da psicanálise tenha sido no que se refere aos mecanismos de defesa do Ego. Tais mecanismos são modos de operação psíquica que o Ego utiliza/constrói para defender-se de perigos reais ou fictícios. Tem a  função de proteger o ego contra elementos como a ansiedade e o desprazer, por exemplo, e são normais a todos os seres humanos.
O uso desses mecanismos de defesa não é, em si, patológico, contudo distorce a realidade, e só o seu desvendamento pode nos fazer superar essa falsa consciência, ou melhor, ver a realidade como ela é. 

PSICANÁLISE: APLICAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS

 A psicanálise não é unicamente um procedimento terapêutico; ela é, também (ou, para ser mais exata, ela é tornada, pouco a pouco) uma ciência, aquela do psiquismo, aquela dos processos inconscientes que se desenrolam não apenas no indivíduo isolado, mas também nos grupos, nas instituições, nas produções do espírito. As “avaliações psicológicas” sobre os outros domínios têm, aliás, com Freud e a partir de sua obra, ganhado tal importância que não há mais domínios da vida humana e social que não podem ser submetidos à investigação psicanalítica. 
Jamais a abordagem freudiana esteve tão viva quanto hoje e jamais inspirou tantos trabalhos explorando o campo social, sejam da autoria de psicanalistas interessados pelo funcionamento social, sejam de psicossociólogos e sociólogos fortemente marcados pelo pensamento psicanalítico. Eles estão sensíveis às causas mais profundas da vida social, a saber: o amor e o ódio do outro, o desejo de criar e aquele de destruir; e eles se esforçam por dar conta disso, permanecendo, mais ou menos, fiéis ao pensamento freudiano.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

A Afetividade na Educação


“Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade. ” - Paulo Freire

É tarefa da escola produzir as bases de valores humanos, buscando resultados adequados ao novo cenário da sociedade, na qual os compromissos pessoais e coletivos se tornam cada vez mais escassos e não menos relevantes. A escola não é comércio; não é paredes; ela existe para formação de pessoas, sendo extremamente importante uma gestão e uma equipe de educadores que saiba lidar com a complexidade das relações humanas e com a afetividade no espaço escolar.
A afetividade é capaz de derrubar muitos obstáculos que possam surgir no dia a dia na escola, como a baixa estima e a falta de interesse pelas aulas. São muitos os fatores que interferem no aprendizado do aluno, de modo que o afeto e o acolhimento são necessários também no cotidiano escolar, trata-se de importantes ferramentas para o acesso ao educando. Quando uma criança se sente amada, querida e respeitada, com certeza vai tentar retribuir esse mOs momentos passados na escola são fundamentais para a formação dos alunos enquanto profissionais e também enquanto pessoas. Há escolas que se preocupam apenas em transmitir aos seus alunos uma grande quantidade de informações; dessa forma, além de estimularem uma competição interna entre eles, afastam-se cada vez mais do ideal de formar seres humanos e tornam-se mais próximas de um método puramente racional e matemático que trata os alunos como números. Esse tipo de situação dificulta o estabelecimento de laços de afetividade. Educar não é apenas transmitir conhecimento, mas dar oportunidade para que o aluno possa aprender e buscar suas próprias verdades. Para isso, devemos utilizar de vários meios no intuito de que o aluno tenha prazer em estudar. Cunha (2008, p. 51) afirma que:

Em qualquer circunstância, o primeiro caminho para a conquista da atenção do aprendiz é o afeto. Ele é um meio facilitador para a educação. Irrompe em lugares que muitas vezes estão fechados às possibilidades acadêmicas. Considerando o nível de dispersão, conflitos familiares e pessoais, e até comportamentos agressivos na escola, hoje em dia seria difícil encontrar algum outro mecanismo de auxílio ao professor mais eficaz.

Quando o aluno sente que é importante e valorizado, desenvolve um carinho e uma atenção por aquilo que está recebendo e sentindo, presta mais atenção às aulas, torna-se mais participativo. O afeto tem esse poder: derrubar muralhas emocionais, romper bloqueios psicológicos, promover um bem-estar no aluno, e até mesmo evitar que o mesmo fique à mercê de mazelas sociais. Como bem disse Moreno (1999, p. 33):

A falta afetiva na escola ou em casa e o desconhecimento das formas de interpretação e de respostas adequadas perante às atitudes, condutas e manifestações emotivas das demais pessoas deixarão os alunos a mercê das mazelas sociais (a falta de referencial, o vício, a marginalidade a ociosidade, entre outros fatores que corrompem a juventude).

A escola precisa rever qual é a sua função na sociedade e, a partir disso, como instituição, como educadores, temos o dever de pensar em uma escola que forme cidadãos capazes de atuar e transformar a realidade. Precisamos formar um ser humano consciente de sua realidade e capaz de mudar a sua história. Nos dias de hoje, fica cada vez mais visível o crescimento de pessoas individualistas e competitivas. Vivemos num mundo globalizado, no qual as tecnologias se renovam a cada dia, e isso faz com que não tenhamos tempo para perceber o outro ao nosso lado. Como afirmou Wallon (2007), a pessoa humana não se resume apenas ao aspecto cognitivo, mas ao desenvolvimento em todas as suas dimensões. A escola não deve ser apenas um local de mera transmissão de conhecimento, mas principalmente uma interação entre pessoas. E, com isso, a afetividade precisa estar presente em cada momento do processo educativo.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018


Esse senhor se chama Freddy Glatt, ele é o atual presidente da Associação de Sobreviventes do Holocausto do Rio de Janeiro -  Sherit Hapleitá. 

Ele nasceu em 1928, na época do nazismo que surgia e tomava conta da Alemanha. Freddy, juntamente com seu pai e seu irmão fugiram para a Bélgica, depois de um tempo sua mãe e seu outro irmão também foram para lá, mas em 1940 a Segunda Guerra Mundial expandiu-se tanto pela Bélgica quanto pela Holanda, não demorou muito para que seu pai e seus irmão fossem capturados pelos soldados nazistas, levados para o campo de concentração e mortos ali.
Freddy, juntamente com sua mãe, vivam escondidos e trocando de endereço constantemente, passando fome, frio e medo. Ele, sendo saparado de sua mãe, ficou abrigado em um mosteiro na Bélgica cuidado pela JOC (Juventude Obreira Cristã), permanecendo nesse local até o final da guerra.
Senti uma emoção que nunca havia sentindo antes ao ouvir diretamente de um sobrevivente tais relatos, e confesso para vocês que a emoção foi maior ainda quando ao pedir para tirar uma foto com ele e sua esposa, a qual também perdeu todos os seus familiares durante o período nazista, falei uma frase a eles e vim um brilho sem igual nos olhos de Freddy!
A frase que está soando em minha cabeça de tudo que ele falou durante o simpósio  é a seguinte:
"Há um ditando que diz que o "tempo faz esquecer", isso se aplica em tudo, menos à lembrança do holocausto. O holocausto nos deixou revolta contra os bárbarios cometidos e saudades dos nossos entes queridos que pereceram nele."
Ah, Freddy! Eu repito por aqui, o que você pediu para que repetissemos junto com você... HOLOCAUSTO NUNCA MAIS!


Registro aqui, meu respeito, admiração, apoio e felicidade pelo privilégio de ouvi-lo.
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P.S: Ele escreveu um livro intitulado "Roubaram minha infância".
Estou aceitando de presente! Hahaha

sexta-feira, 19 de outubro de 2018


A merda da minha vida

 Era algum dia de janeiro de 2018, já acordei nervosa para a entrevista que eu ia ter naquela manhã. Faz um tempo que eu já não sou mais uma adolescente, sou adulta, madura e quase independente, Mas nesse momento ainda precisava da companhia da minha mãe ao meu lado, vai que algo desse errado, o que eu iria fazer?
Não demorou muito tempo para que eu sentisse um mal-estar, motivado por algo que mais parecia contrações na minha barriga, e pior que está sentido o incômodo, era recordar que eu precisaria pegar dois coletivos para chegar até o meu destino final. São nessas horas da vida em que eu paro e penso:
-"Eu deveria ter nascido rica e não bonita."
Confesso que a minha vontade era de me trancar dentro do banheiro e ali ficar, mas o que eu teria que fazer mesmo, era ficar no ponto de ônibus até que o mesmo passasse, por sorte não precisei pegar os dois busão, pois cheguei a tempo de pegar um “linha direta”; - esses que vão direto ao destino final sem fazer paradas em outros pontos. Ao entrar no ônibus, a situação só foi se agravando, consegui segurar a náusea até meu destino final, mas bastou eu colocar os pés na calçada para eu lançar pela boca toda a matéria que existia no meu estômago.
Olhei para minha mãe que estava ao meu lado e falei: “Mãe, eu não estou bem. ” Continuamos a caminhar aceleradamente até o escritório onde aconteceria a entrevista e enquanto caminhávamos um dilurimento caminhava junto comigo, não demorou muito para que eu sentisse o chicotinho chegando no caneco e para minha sorte, mais uma vez, eu já estava a porta do banheiro do escritório do meu entrevistador, pedi licença e sem pensar duas vezes entrei e expeli todas as fezes deterioradas que estavam dentro do meu organismo, o resultado foi um ambiente catingoso e impróprio para um futuro uso.
A situação realmente não estava fácil, olhei para a minha mãe e disse: “Mãe, caguei! ” Ela não escondeu o olhar de constrangimento e vergonha alheia e com seu silêncio me acompanhou naquela entrevista. Ficar naquela cadeira em frente aquele homem, sentindo que a qualquer momento a merda ia sair novamente, foi uma situação bastante constrangedora, ficar quieta era impossível, eu olhava para minha mãe na esperança de que ela fizesse alguma coisa para me ajudar, mas o que eu recebia de volta era um olhar de repreensão pela maneira como eu estava me portando. Minha mãe literalmente, só me acompanhou naquela entrevista.
Quando saímos de lá e nos direcionarmos para o ponto de ônibus afim de retornamos para casa, cumpriu-se na minha vida aquele famoso ditado: “Não há nada tão ruim que não possa piorar”. Diante de um ponto lotado de pessoas as últimas forças que existiam em mim para segurar a bosta, se acabaram. Mas não era o suficiente escorrer pelo meu traseiro, a minha boca também foi encontrada como uma saída de emergência para todo aquele desarranjo intestinal.
Minha mãe, coitada, só me olhava e dizia: “Para com isso, menina, está me fazendo passar vergonha. ” - Ah, queria eu poder parar de me cagar e golfar daquele jeito; a essas alturas chorar tornou-se algo inevitável para mim, me afastei um pouco do ponto para tentar evitar mais constrangimento, se é que era possível, quando de repente a minha mãe teve a ideia genial de pedir emprestada uma cadeira para o dono de uma banquinha o lado. A cadeira, é claro, não poderei ser mais confortável, toda com um tecido veludo liso azul, ótima para quem estava com merda até no joelho.
Com um olhar desespero e aos prantos, fazendo um gesto de negação com a cabeça, olhei para minha mãe e disse: “Eu não vou sentar. ” Mas antes que eu pensasse em abrir a boca novamente fui lançada de uma maneira delicada, igual ao coice de uma mula, sobre a cadeira pela minha amorável e compreensiva mãe, que logo em seguida se afastou já com o celular na mão tentando entrar em contato com o esposo dela, que por sinal é meu pai, para que fosse nos buscar.
Ah, diante desse momento, não sei qual das duas situações seguintes me irritou mais, se foi a minha mãe extremamente irritada, falando para o meu pai ir rápido nos buscar, pois eu estava expondo ela a vergonha ou se foi o momento em que um rapaz muito bonito, enquanto ela estava em ligação, se aproximou de mim e perguntou se eu usava droga ou estava grávida.
Graças a Deus, meu pai chegou até o local onde estávamos, cobriu os estofados do carro com sacolas plásticas e ali eu fui. Ao entrarmos no carro minha mãe me disse somente uma frase: “Quando chegarmos em casa a gente conversa, Anilorac. ”
E assim seguimos para casa, minha mãe irritada, meu pai confuso e eu toda cagada.







      Multiculturalismo? O que é?

Entende-se por multiculturalismo tanto os estudos acadêmicos quanto as políticas institucionais que se desenvolvem em torno das questões trazidas pela emergência das sociedades multiculturais. Uma sociedade multicultural é aquela que, em um mesmo território, abriga povos de origens culturais distintas entre si. As relações entre esses grupos podem ser aceitação e tolerância ou de conflito e rejeição. Isso vai depender da história da sociedade em questão, das políticas públicas propostas pelo Estado e, principalmente, do modo específico como a cultura dominante do território é imposta ou se impõem para todas as outras. A convivência entre culturas diferentes não é uma questão nova, mas que se se intensificou nos últimos anos devido a acontecimentos marcantes.




             Mas dentro das salas de aula? Existe multiculturalismo?

Dentro das salas de aula, não é diferente, ali encontramos e agrupamos pessoas, cada um com sua particularidade, cultura, modos, princípios e pensamentos. Mas como um educador pode trabalhar em um ambiente como esse? Sabemos que nem sempre as coisas dão certo em um ambiente com tantas diferenças, mas o que fazer? Como lidar?




Lidando com as identidades e as diferenças na sala de aula

a) procurar aumentar a consciência das situações de opressão que se expressam em diferentes espaços sociais, é importante que os/as estudantes percebam com clareza a existência de preconceitos e discriminações e verifique como eles podem estar afetando suas experiências pessoais, assim como a formação de sua identidade. Que compreendam as relações de poder entre grupos dominantes e subalternizados (homens/mulheres; brancos/negros), que têm contribuído para preservar situações de privilégio e de opressão.

b) propiciar ao/à estudante a aquisição de informações referentes a distintos tipos de discriminações e preconceitos. Socializar pesquisas, leituras, discussões, seminários etc. com informações obtidas de fontes como: autobiografias, documentos históricos, dados estatísticos e demográficos, dentre outros.

c) estimular o desenvolvimento de uma imagem positiva dos grupos subalternizados. Propiciar aos/à estudantes contato com a literatura de cordel, valorizando a arte popular nordestina; pesquisas sobre movimentos femininos, incentivando o respeito à mulher e à criança.

d) favorecer a compreensão do significado e da construção de conceitos que têm sido empregados para dividir e discriminar indivíduos e grupos, em diferentes momentos históricos e em diferentes sociedades. Conceitos como: cultura, raça, etnia, gênero, sexualidade, deficiência, classe social, poder preconceito, opressão, estereótipos, política de identidade.

e) facilitar ao/à estudante a compreensão e a crítica dos aspectos das identidades sociais estimulados pelos diferentes meios de comunicação. Textos que analisam os currículos da mídia, do shopping center, do McDonals’s, da Barbie, da propaganda, dos super-heróis etc.

f) propiciar ao aluno a possibilidade de novos posicionamentos e novas atitudes que venham a caracterizar propostas de ação e intervenção. Propor a elaboração de planos e sugestões que possam minorar situações de desconforto e de carência que incrementem identidades submissas ou marginalizadas (ver questões p. 52-53).

g) articular as diferenças. A sala de aula nem sempre é, para todos os alunos, um lugar seguro. Não é suficiente criar condições para que a sala de aula se transforme em um espaço em que todos se sintam à vontade para falar. As coisas não se passam de modo tão simples. As relações de poder existentes na sociedade e na sala de aula impedem que muitos falem livremente.


quinta-feira, 20 de setembro de 2018






Durante essa semana, tivemos mais uma aula super prazerosa de LIBRAS.
Dessa vez estudamos a maneira como os surdos escrevem e leem, já estudamos anteriormente sobre a luta pelo reconhecimento dos surdos como pessoas capazes diante da sociedade, percorreu por décadas. Eles não tinham direitos políticos, civis, religiosos e, muito menos, à educação. Segundo relatos da história, a partir do trabalho feito pelo monge Beneditino Pedro Ponce de León, o qual começou a trabalhar com a educação de surdo, pois o mesmo acreditava que eles eram capazes de desenvolver a intelectualidade, foi um grande passo para as conquistas que antes eram apenas ideológicas. Suas metodologias de ensino foram de importante influencia para os estudos que perpassam até os dias de hoje. O monge também lutou contra as crenças das quais afirmavam que o surdo era incapaz de desenvolver a linguagem ou qualquer outro tipo de aprendizagem. Embora tenha desenvolvido muitos trabalhos voltados para a fala dos surdos, Beneditino tinha um foco maior, a escrita. 

"Embora seja reconhecido e enfatizado em seu trabalho o ensino da fala aos surdos, o foco de sua educação era a linguagem escrita, pois, até o final desse século, acreditava-se que à escrita cabia a chave do conhecimento, ou seja, ela era tida como a natureza primeira da linguagem; a fala era apenas um instrumento que a traduzia. À escrita, fora atribuído, assim, um signo de poder" (LODI, 2005. p. 411). 

Se você ainda não tinha conhecimento, assim como o português na forma oral é a primeira língua para indivíduos ouvintes nascidos no Brasil, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a primeira língua dos surdos, ou sua língua materna. Considerando que aproximadamente 95% dos surdos são filhos de pais ouvintes e 5% são filhos de pais surdos, o surdo está exposto à língua portuguesa no seu núcleo familiar e social, entretanto, ele também está incluído em uma comunidade surda, onde a Libras é a língua dominante. Logo, cabe à toda sociedade compreender definitivamente o caráter bilíngue do surdo. 
Para os surdos, a aquisição da língua escrita não representa apenas mais uma modalidade da língua como ocorre com o português falado e escrito, em que, mesmo com as apropriações pertinentes de cada modalidade, a relação entre o som ouvido e falado, o fonema, assume relação mais direta com a letra escrita, ou grafema. Para o surdo, a aquisição da modalidade escrita representa a alfabetização em uma outra língua com diferenças sintáticas, morfológicas e fonéticas. Por isso, as irregularidades morfossintáticas identificadas na escrita dos indivíduos surdos coincidem com construções próprias da língua de sinais. Assista a esse vídeo produzido pelo INES e entenda um pouco mais sobre a gramática da Libras.



Em português, na sua forma oral ou escrita, a frase: “O meu sobrinho vai se formar como jornalista em dezembro” seria a mesma, entretanto, em Libras, essa mesma frase seria: “Dezembro agora sobrinho meu formatura jornalista”. Pois é, bem diferente né? Ouvintes usam quase a mesma estrutura morfo-sintático-semântica para o português falado e para o escrito. Relação essa não estabelecida entre a Libras e a língua escrita. Outro fator que deve ser considerado é o fato da língua de sinais as palavras não se construírem a partir de sons que se combinam, mas sim de mãos que se movimentam no espaço e se organizam de forma simultânea e não linear.

Reconhecer a condição bilíngue do surdo é apenas o início de um longo percurso a ser trilhado onde novas questões se colocam, novas descobertas, desafios e reflexões são impostas aos pesquisadores, professor e aos espaços pedagógicos em geral. Professores e pessoas que se relacionam com surdos precisam considerar que estão lidando com sujeitos que falam outra língua e, por isso, buscar entender as diferenças linguísticas e as peculiaridades de sua escrita. Todo professor envolvido com a Educação de surdos precisa ter noções mínimas de como agir frente a esse aluno especial, conhecer suas especificidades, sua cultura e reconhecer seu direito constitucional de aprender os conteúdos escolares, sem ser discriminado.


Obrigada por visitar o blog, aguarde o próximo post e eu aguardo a sua próxima visita!

Tem um verso, que particularmente, me deixa muito pensativa.
Ele se encontra em Loukás 23:31 e diz:

"διοτι εαν εις το υγρον ξυλον πραττωσι ταυτα, τι θελει γεινει εις το ξηρον;"
"Porque, se ao lenho verde fazem isto, o que se fará ao seco?"



Jesus estava a caminho do calvário e diante do cenário de sofrimento do Mestre o povo pranteava e lamentava sua condenação, foi então que neste cenário Ele virou-Se para um grupo de mulheres próximas e então proferiu tais palavras. Palavra estas, que se referiam ao próprio Jesus.
Há uma visão judaica de que o Messias corresponde ao Homem Original, ao arquétipo primeiro do Ser Humano. Este arquétipo seria o Ser Humano incorrupto, em seu molde inicial, em perfeita comunhão com Deus.               

Jesus faz alusão a este primeiro estado, de perfeita comunhão com Deus, cujo o coração não estava manchado de transgressão alguma: – O Lenho verde. Se os homens condenam e flagelam um inocente, aquele que não carrega em si culpa alguma, o que farão então com aquele que é culpável, com aquele que deixou-se corromper pela devassidão do mundo: – O lenho seco? Se o mundo é capaz de tamanha violência com os justos, com aqueles que dariam uma boa colheita, o que fará então com os injustos, estes mesmo condenáveis?
A escritora cristã chamada Ellen G. White, no seu livro intitulado "Atos dos Apóstolos", relata:
"Ao aproximar-se o término do ministério terrestre de Cristo e reconhecer Ele que logo precisaria deixar que Seus discípulos levassem avante a obra sem Sua pessoal supervisão, procurou encorajá-los e prepará-los para o futuro. Não os enganou com falsas esperanças. Como num livro aberto, leu o que deveria acontecer. Sabia que estava prestes a ser separado deles, para deixá-los como ovelhas entre lobos. Sabia que haveriam de sofrer perseguição, que seriam lançados fora das sinagogas e metidos nas prisões. Sabia que, por testemunharem dEle como o Messias, alguns experimentariam a morte. E falou-lhes alguma coisa a respeito disso. Referindo-Se ao futuro deles, foi claro e definido para que, nas aflições que viriam, pudessem lembrar Suas palavras e ser fortalecidos para crer nEle como o Redentor."

Tudo isso me leva a pensar que diante de uma tempestade tão densa de perseguição em que a Igreja de Deus já passou, está passando e irá passar, nada mais confortante do que voltar os olhos para Deus e lembrar da belíssima promessa que nos fez: “e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. ” Mateus 28:20.  Nada é mais motivador para se perseverar do que trazer à memória as promessas de dEle!
E as promessas de Deus devem ser muito significativas para a Igreja, porque elas não são palavras de um deus qualquer. Que sejamos verdadeiros cristãos, estando cientes do que virá para nós no futuro, mas que até o fim a gente declare:" Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor." Romanos 14:8