sexta-feira, 19 de outubro de 2018







      Multiculturalismo? O que é?

Entende-se por multiculturalismo tanto os estudos acadêmicos quanto as políticas institucionais que se desenvolvem em torno das questões trazidas pela emergência das sociedades multiculturais. Uma sociedade multicultural é aquela que, em um mesmo território, abriga povos de origens culturais distintas entre si. As relações entre esses grupos podem ser aceitação e tolerância ou de conflito e rejeição. Isso vai depender da história da sociedade em questão, das políticas públicas propostas pelo Estado e, principalmente, do modo específico como a cultura dominante do território é imposta ou se impõem para todas as outras. A convivência entre culturas diferentes não é uma questão nova, mas que se se intensificou nos últimos anos devido a acontecimentos marcantes.




             Mas dentro das salas de aula? Existe multiculturalismo?

Dentro das salas de aula, não é diferente, ali encontramos e agrupamos pessoas, cada um com sua particularidade, cultura, modos, princípios e pensamentos. Mas como um educador pode trabalhar em um ambiente como esse? Sabemos que nem sempre as coisas dão certo em um ambiente com tantas diferenças, mas o que fazer? Como lidar?




Lidando com as identidades e as diferenças na sala de aula

a) procurar aumentar a consciência das situações de opressão que se expressam em diferentes espaços sociais, é importante que os/as estudantes percebam com clareza a existência de preconceitos e discriminações e verifique como eles podem estar afetando suas experiências pessoais, assim como a formação de sua identidade. Que compreendam as relações de poder entre grupos dominantes e subalternizados (homens/mulheres; brancos/negros), que têm contribuído para preservar situações de privilégio e de opressão.

b) propiciar ao/à estudante a aquisição de informações referentes a distintos tipos de discriminações e preconceitos. Socializar pesquisas, leituras, discussões, seminários etc. com informações obtidas de fontes como: autobiografias, documentos históricos, dados estatísticos e demográficos, dentre outros.

c) estimular o desenvolvimento de uma imagem positiva dos grupos subalternizados. Propiciar aos/à estudantes contato com a literatura de cordel, valorizando a arte popular nordestina; pesquisas sobre movimentos femininos, incentivando o respeito à mulher e à criança.

d) favorecer a compreensão do significado e da construção de conceitos que têm sido empregados para dividir e discriminar indivíduos e grupos, em diferentes momentos históricos e em diferentes sociedades. Conceitos como: cultura, raça, etnia, gênero, sexualidade, deficiência, classe social, poder preconceito, opressão, estereótipos, política de identidade.

e) facilitar ao/à estudante a compreensão e a crítica dos aspectos das identidades sociais estimulados pelos diferentes meios de comunicação. Textos que analisam os currículos da mídia, do shopping center, do McDonals’s, da Barbie, da propaganda, dos super-heróis etc.

f) propiciar ao aluno a possibilidade de novos posicionamentos e novas atitudes que venham a caracterizar propostas de ação e intervenção. Propor a elaboração de planos e sugestões que possam minorar situações de desconforto e de carência que incrementem identidades submissas ou marginalizadas (ver questões p. 52-53).

g) articular as diferenças. A sala de aula nem sempre é, para todos os alunos, um lugar seguro. Não é suficiente criar condições para que a sala de aula se transforme em um espaço em que todos se sintam à vontade para falar. As coisas não se passam de modo tão simples. As relações de poder existentes na sociedade e na sala de aula impedem que muitos falem livremente.


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