Multiculturalismo? O que é?
Entende-se
por multiculturalismo tanto
os estudos acadêmicos quanto as políticas institucionais que se desenvolvem em
torno das questões trazidas pela emergência das sociedades multiculturais. Uma
sociedade multicultural é aquela que, em um mesmo território, abriga povos de
origens culturais distintas entre si. As relações entre esses grupos podem ser
aceitação e tolerância ou de conflito e rejeição. Isso vai depender da história
da sociedade em questão, das políticas públicas propostas pelo Estado e,
principalmente, do modo específico como a cultura dominante do território é
imposta ou se impõem para todas as outras. A convivência entre culturas
diferentes não é uma questão nova, mas que se se intensificou nos últimos anos
devido a acontecimentos marcantes.
Mas dentro das salas de aula? Existe
multiculturalismo?
Dentro
das salas de aula, não é diferente, ali encontramos e agrupamos pessoas, cada
um com sua particularidade, cultura, modos, princípios e pensamentos. Mas como
um educador pode trabalhar em um ambiente como esse? Sabemos que nem sempre as
coisas dão certo em um ambiente com tantas diferenças, mas o que fazer? Como
lidar?
Lidando com as identidades e as
diferenças na sala de aula
a)
procurar aumentar a consciência das situações de opressão que se expressam em
diferentes espaços sociais, é importante que os/as estudantes percebam com
clareza a existência de preconceitos e discriminações e verifique como eles
podem estar afetando suas experiências pessoais, assim como a formação de sua
identidade. Que compreendam as relações de poder entre grupos dominantes e
subalternizados (homens/mulheres; brancos/negros), que têm contribuído para
preservar situações de privilégio e de opressão.
b)
propiciar ao/à estudante a aquisição de informações referentes a distintos
tipos de discriminações e preconceitos. Socializar pesquisas, leituras,
discussões, seminários etc. com informações obtidas de fontes como:
autobiografias, documentos históricos, dados estatísticos e demográficos,
dentre outros.
c)
estimular o desenvolvimento de uma imagem positiva dos grupos subalternizados.
Propiciar aos/à estudantes contato com a literatura de cordel, valorizando a
arte popular nordestina; pesquisas sobre movimentos femininos, incentivando o
respeito à mulher e à criança.
d)
favorecer a compreensão do significado e da construção de conceitos que têm
sido empregados para dividir e discriminar indivíduos e grupos, em diferentes
momentos históricos e em diferentes sociedades. Conceitos como: cultura, raça,
etnia, gênero, sexualidade, deficiência, classe social, poder preconceito,
opressão, estereótipos, política de identidade.
e)
facilitar ao/à estudante a compreensão e a crítica dos aspectos das identidades
sociais estimulados pelos diferentes meios de comunicação. Textos que analisam
os currículos da mídia, do shopping center, do McDonals’s, da Barbie, da
propaganda, dos super-heróis etc.
f)
propiciar ao aluno a possibilidade de novos posicionamentos e novas atitudes
que venham a caracterizar propostas de ação e intervenção. Propor a elaboração
de planos e sugestões que possam minorar situações de desconforto e de carência
que incrementem identidades submissas ou marginalizadas (ver questões p.
52-53).
g)
articular as diferenças. A sala de aula nem sempre é, para todos os alunos, um
lugar seguro. Não é suficiente criar condições para que a sala de aula se
transforme em um espaço em que todos se sintam à vontade para falar. As coisas
não se passam de modo tão simples. As relações de poder existentes na sociedade
e na sala de aula impedem que muitos falem livremente.



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