A Afetividade na Educação
É tarefa da escola produzir as bases de valores humanos,
buscando resultados adequados ao novo cenário da sociedade, na qual os
compromissos pessoais e coletivos se tornam cada vez mais escassos e não menos
relevantes. A escola não é comércio; não é paredes; ela existe para formação de
pessoas, sendo extremamente importante uma gestão e uma equipe de educadores
que saiba lidar com a complexidade das relações humanas e com a afetividade no
espaço escolar.
A afetividade é capaz de derrubar muitos obstáculos que
possam surgir no dia a dia na escola, como a baixa estima e a falta de
interesse pelas aulas. São muitos os fatores que interferem no aprendizado do
aluno, de modo que o afeto e o acolhimento são necessários também no cotidiano
escolar, trata-se de importantes ferramentas para o acesso ao educando. Quando
uma criança se sente amada, querida e respeitada, com certeza vai tentar
retribuir esse mOs momentos passados na escola são fundamentais para a formação
dos alunos enquanto profissionais e também enquanto pessoas. Há escolas que se
preocupam apenas em transmitir aos seus alunos uma grande quantidade de
informações; dessa forma, além de estimularem uma competição interna entre
eles, afastam-se cada vez mais do ideal de formar seres humanos e tornam-se
mais próximas de um método puramente racional e matemático que trata os alunos
como números. Esse tipo de situação dificulta o estabelecimento de laços de
afetividade. Educar não é apenas transmitir conhecimento, mas dar oportunidade
para que o aluno possa aprender e buscar suas próprias verdades. Para isso,
devemos utilizar de vários meios no intuito de que o aluno tenha prazer em
estudar. Cunha (2008, p. 51) afirma que:
Em qualquer circunstância, o primeiro caminho para a conquista da
atenção do aprendiz é o afeto. Ele é um meio facilitador para a educação.
Irrompe em lugares que muitas vezes estão fechados às possibilidades
acadêmicas. Considerando o nível de dispersão, conflitos familiares e pessoais,
e até comportamentos agressivos na escola, hoje em dia seria difícil encontrar
algum outro mecanismo de auxílio ao professor mais eficaz.
Quando o aluno sente que é importante e valorizado,
desenvolve um carinho e uma atenção por aquilo que está recebendo e sentindo,
presta mais atenção às aulas, torna-se mais participativo. O afeto tem esse
poder: derrubar muralhas emocionais, romper bloqueios psicológicos, promover um
bem-estar no aluno, e até mesmo evitar que o mesmo fique à mercê de mazelas
sociais. Como bem disse Moreno (1999, p. 33):
A falta afetiva na escola ou em casa e o desconhecimento das formas de
interpretação e de respostas adequadas perante às atitudes, condutas e
manifestações emotivas das demais pessoas deixarão os alunos a mercê das
mazelas sociais (a falta de referencial, o vício, a marginalidade a ociosidade,
entre outros fatores que corrompem a juventude).
A escola precisa rever qual é a sua função na sociedade e, a
partir disso, como instituição, como educadores, temos o dever de pensar em uma
escola que forme cidadãos capazes de atuar e transformar a realidade. Precisamos
formar um ser humano consciente de sua realidade e capaz de mudar a sua
história. Nos dias de hoje, fica cada vez mais visível o crescimento de pessoas
individualistas e competitivas. Vivemos num mundo globalizado, no qual as
tecnologias se renovam a cada dia, e isso faz com que não tenhamos tempo para
perceber o outro ao nosso lado. Como afirmou Wallon (2007), a pessoa humana não
se resume apenas ao aspecto cognitivo, mas ao desenvolvimento em todas as suas
dimensões. A escola não deve ser apenas um local de mera transmissão de
conhecimento, mas principalmente uma interação entre pessoas. E, com isso, a
afetividade precisa estar presente em cada momento do processo educativo.
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